Relembro que este foi o primeiro festival da banda britânica deste ano, eles que não tocavam desde Dezembro na Rússia. Aí eles estrearam muitas músicas e a expectativa era então enorme, o que levou a fãs de várias parte do mundo ao Porto.
Cheguei relativamente cedo ao festival (não tão cedo como gostaria visto ter um exame no dia a seguir) e fiquei logo admiradíssimo com a afluência que este estava a ter. Uma fila enorme, bastantes estrangeiros, mais de 50% segundo dados oficiais. O festival está óptimo, o recinto é enorme, cheio de actividades para quem quiser passar lá uma boa tarde de sol (ou chuva). Mal cheguei dirigi-me logo ao palco optimus para garantir lugar na primeira fila e lá juntei-me a alguns fãs dos Suede estrangeiro que se foram reconhecendo pelas camisolas.
O primeiro concerto foi de Yann Tiersen que eu conhecia apenas por nome. Mas devo dizer que foi um excelente concerto, irei estar mais atento ao artista francês.
Depois de uma longa espera, e de ser entrevistado pela SIC o que me levou a aparecer no Jornal da Noite, lá chegou o aguardado concerto dos Suede.
As luzes apagaram-se, e começou a tocar "Bodies" dos Sex Pistols, música que os Suede já fizeram uma cover. Depois a já tradicional música de intro para entrar a banda toda. Brett, como sempre, foi o último a subir ao palco.
A banda abriu com a energética "This Hollywood Life" a mostrar imensa energia. Anderson esteve completamente impecável com uma voz puxante, a fazer poses para os fotógrafos, e a aclamar Richard Oakes enquanto este fazia o solo. Em seguida entramos numa onda de Coming Up com "Trash" (a música celebração dos Suede) e "Filmstar". O vocalista era uma autêntica pantera em palco. Recuando uns anos, segui-se o primeiro grande êxito da banda, "Animal Nitrate" e o single de apresentação de Dog Man Star, "We Are The Pigs". Talvez pelo The Drowners ter feito 20 anos há bastante pouco tempo segui-se um fantástico Lado B desse single, "To The Bids". O efeito "calamidade/partir tudo" que a banda tem no fim da música foi perfeito da parte de Oakes. Para descansar um pouco seguiu-se a, provavelmente, música mais romântica da banda "The Wild Ones" e depois a super recente "Sabotage" que estará ao que tudo indica no próximo álbum de originais. Sabotage sofreu alguma alterações, para melhor a meu ver, letras mudaram, e uma ou outra parte melódica, o que a fez mais emocional e de tirar o fôlego. Nessa música a guitarra de Richard teve de ser afinada a meio, mas as teclas de Codling resolveram bastante bem. Depois do descanso, "She", "Killing Of A Flashboy" e "Can't Get Enough" partiram tudo mais uma vez, sendo as três músicas agressivas e bastante Rock. She é, como em todos os concertos, um dos grandes momentos da noite. Depois veio "Everything Will Flow" uma música que em 1999 foi bastante bem recebida em Portugal, lembro-me perfeitamente que de hora em hora passava no velhinho Sol Música. Brett desceu de microfone na mão e pôs os ouvintes todos a cantar nesta. "So Young" e "Metal Mickey" soaram como se fosse a primeira vez que tivessem sido tocadas, e nem a falha que o cabo da guitarra do Richard teve durante um minutito foi suficiente para a música soar menos brutal. A seguir, algo completamente imprevisível! "Stay Together" foi tocada! A música, mal amada pela banda durante muito tempo, parece estar a ressurgir. Aliás, contam-se pelos dedos as vezes que esta música subiu aos palcos. Em 94 deve ter sido tocada uma meia dúzia de vezes quando foi lançada mas depois disso, só uma vez em 2003 e outra em 2011 (em concertos especiais em que tocaram álbuns inteiros) foi tocada. O Porto teve o privilégio de ouvir tal raridade. Durante esta música a luz do palco foi abaixo quase toda (só ficou a capa do single atrás), mas como Brett disse "Não fazemos ideia o que aconteceu às luzes, vamos continuar de qualquer forma". "New Generation" foi a próxima e depois a primeira despedida com o clássico "Beautiful Ones."
As pessoas queria mais e a banda voltou para trás para interpretar "Saturday Night". Anderson desceu as escadas, cumprimentou os fãs todos, inclusive eu e despediu-se em grande. Esta tem sido a música de encerramento dos concertos durante os últimos 2 anos e pensei mesmo que eles iam ficar por ali. Mas, por surpresa, Richard Oakes vai buscar a guitarra acústica e começa a entoar o hino "Still Life". Fiquei perplexo e ainda para mais, nesta música, o resto da banda para além do vocalista e guitarrista abandonam o palco. Tal não aconteceu e estranhei imenso. Pensei que talvez fossem tocar outra música e terem ficado lá para se despedirem mas, quando a música acabou, a parte orquestral desta (que a banda sempre pôs no fim dos concertos em gravação) foi tocada por Codling, Oakes, Osman e Gilbert. Que momento fantástico, soou melhor que nunca, na perfeição mesmo. Salvo erro só tinham feito isto duas vezes na carreira toda (nos concertos de comemoração de Dog Man Star). Fiquei pasmo e também os fãs que os seguem para todo o lado à minha volta ficaram. Brutal, incrível, estupendo, não tenho palavras mesmo.
Realço que, ao contrário do ano passado, aqui os Suede estavam a tocar à frente de um pano branco que passava as imagens de álbuns e singles à medida que eles iam tocando as músicas. Dá outro ambiente!
Assim ficou um concerto espectacular, o melhor da minha vida pois achei-o superior ao que vi deles em 2002 e em 2011. Ainda estou babado.
Fiquem com o vídeo desta mítico momento.
1 comment:
Infelizmente não pude ir (já é a segunda vez que os perco por motivos de saúde...) mas ainda bem que deram um excelente concerto!
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